Facebook cria novas políticas para combater discursos de ódio

 
Uma das mudanças exige que os usuários se identifiquem e sejam responsáveis pelos conteúdos potencialmente nocivos que postaram
O Facebook admitiu que pode fazer um trabalho melhor na remoção de certos tipos de discurso de ódio no site, e está introduzindo algumas novas políticas para melhorar o seu histórico.
A rede social, na sua atual Declaração de Direitos e Responsabilidades, proíbe "discurso de ódio", mas nos últimos dias os sistemas da empresa que identificam e removem esse tipo de discurso não funcionaram de forma tão eficaz quanto poderiam - principalmente em torno de questões de ódio com base no gênero, afirmou o vice-presidente de políticas públicas globais do Facebook, Marne Levine, em um post na terça-feira (28).
As mudanças também vêm em meio a preocupações manifestadas por grupos como o "Women, Action and the Media" e o "Everyday Sexism Project" sobre conteúdos de ódio e violência que tem como alvo as mulheres. Em alguns casos, por exemplo, o conteúdo não foi removido suficientemente depressa, ou o que deveria ser removido foi avaliado utilizando critérios ultrapassados, disse Levine.
Em essência, as diretrizes que a rede social utiliza para responder às denúncias de violações não conseguem capturar todo o conteúdo que viola as normas da empresa, disse o Facebook.
"Precisamos fazer melhor - e faremos", disse Levine.
MudançasComo parte das mudanças - que entrarão em vigor imediatamente, o Facebook solicitará feedback de juristas e outros (como representantes de grupos femininos) para atualizar as diretrizes que o site usa para avaliar relatórios de ódio. Esses mesmos tipos de recursos também serão usados ​​para atualizar o treinamento de equipes que avaliam os relatos de discurso de ódio ou conteúdo prejudicial, afirmou a empresa.
Uma das mudanças mais interessantes visa responsabilizar as pessoas que postam conteúdos que não se qualificam como discurso de ódio, mas ainda assim são crueis e insensíveis.
O Facebook começou a testar essa nova exigência há alguns meses, solicitando a qualquer pessoa que poste mensagens contendo "humor cruel ou insensível" que mantenha a sua identidade real para que o conteúdo permaneça no site, disse o Facebook.
A ideia é que, por ter pessoas respondendo por sua postagem, outros usuários possam identificar o responsável e se opor diretamente a ele. O Facebook continuará a desenvolver esta política com base em seus resultados - que até agora "indicam estar ajudando a criar um ambiente melhor para os usuários do Facebook", disse a empresa.
A rede social, que tem como slogan "tornar o mundo mais aberto e conectado", reconhece que caminha sobre uma linha tênue entre facilitar a liberdade de expressão e também fazer a sua plataforma segura e respeitosa.
A empresa também tem se esforçado para distinguir o discurso do ódio de conteúdo comparativamente menos ofensivo - como humor negro. "Nesses casos, nós trabalhamos para aplicar políticas justas, atenciosas e escaláveis", disse Levine.
Como o site cresceu - e atraiu mais de 1 bilhão de usuários, "nós constantemente reavaliamos nossos processos e políticas", disse a companhia.

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